Misturado ao chocolate havia veneno de rato. A caixa de bombons foi entregue na casa das vítimas com um vaso de rosas e um bilhete anônimo que desejava "felicidades".
A entrega foi feita às 19h32 do sábado na casa do operador de produtos químicos Nivaldo Rodrigues Melo, 33 anos, no nº 7 da rua Itaparantim, Jardim Presidente Dutra, Guarulhos (Grande SP).
Carla Franciele Ribeiro, 21 anos, mulher de Melo, Luiza Evangelista Ribeiro, mãe dela, e R.C.R.M.,1 ano, filho do casal, comeram alguns dos bombons, que eram caseiros e continham veneno para matar ratos do tipo "chumbinho".
A entrega foi feita pela floricultura Adonai, que fica no mesmo bairro. Além da palavra impressa "felicidades", o cartão que acompanhava os bombons trazia a seguinte mensagem escrita à caneta: "Franciele, eu e meu esposo vamos aí amanhã. É surpresa, tá irmãzinha!". Não havia nenhuma assinatura no cartão.
Segundo o delegado plantonista do 4º DP de Guarulhos, Luciano Vaz Carneiro, Melo disse por telefone que suspeita que a autora do crime tenha sido sua ex-mulher. O nome dela não foi informado. Ela já teria feito ameaças anteriormente à família por telefone.
Segundo membros, que não quiseram se identificar, da igreja evangélica Congregação Cristã do Brasil, frequentada por Melo e sua família, Carla estava recebendo vários presentes de amigos e familiares devido à filha L.R.R.M., que nasceu há 18 dias. Por isso, acreditam os membros da igreja, ninguém teria desconfiado da entrega.
De acordo com a polícia, pouco após terem comido os bombons, Carla, R., e Luiza começaram a passar mal e foram levados às pressas ao hospital particular Carlos Chagas. A recém-nascida L. também foi levada ao hospital, pois chegou a ser amamentada depois do envenenamento da mãe.
Funcionários do hospital informam que L. está fora de perigo e encontra-se em observação. As outras três vítimas melhoraram E, embora mantidas na UTI, já não correm mais risco de morte. Todas foram internadas ontem em estado grave na U.T.I.
Abalado, Melo não quis falar com a reportagem. Ele só não teria comido os bombons porque, no momento da entrega, estava tomando banho, dizem os frequentadores da igreja.
Os bombons, as flores e o cartão foram encaminhados à perícia para exame.
MARCO DE CASTRO
GILBERTO BERGAMIN
do Agora São Paulo
Fonte: Folha de SP
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